Uma das características mais presentes na chamada geração Y, de uma forma geral, é a competitividade. Herdamos dos nossos pais o desejo de não deixar passar as oportunidades e buscar o sucesso profissional a todo custo, nem que para isso outras pessoas tenham que ficar para trás.
A era dos concursos, interrompida este ano, foi o ápice da sanha competitiva dos candidatos que almejam uma vaga de emprego estável, o famoso ‘lugar ao sol’. Na esfera privada, no entanto, a característica profissional que mais vem sendo bem vista nos últimos anos é a cooperatividade. O profissional desapegado, mais interessado no crescimento coletivo do que no establishment social e profissional, semeador de um bom ambiente de trabalho e camarada de todos é mais interessante para muitas empresas ou setores do que o enjoado que vê nos colegas potenciais inimigos ou obstáculos a serem derrubados.
“Todos são concorrentes, mas isso não quer dizer que toda vez que alguém ganha, outro tem que perder”, acredita Fábio Zungman, professor universitário e co-autor do livro “Criatividade sem Segredos”. Para ele, o profissional mais atraente para o mercado de trabalho é aquele que sabe a hora de competir e a hora de cooperar, sem ser tão desapegado ao ponto de se tornar ingênuo ou tão perfeccionista que transforme isso numa obsessão.
Zugman relata que, atualmente, com a crescente especialização das atividades e competências individuais, as empresas estão mais focadas no desempenho de equipes ou no valor que um indivíduo pode agregar para uma organização.
“Alguém que consegue bons resultados para si, mas prejudica a equipe ou empresa onde trabalha, pode ter resultados bons a curto prazo, porém, mais cedo ou mais tarde alguém
perceberá o custo que essa pessoa exerce sobre a organização.
A competitividade é desejada, mas não a qualquer preço”, explica.